terça-feira, 28 de outubro de 2014

Pesquisas eleitorais - parte VI

exame.abril.com.br

Depois do fiasco dos resultados das pesquisas no primeiro turno, havia uma grande desconfiança por parte da sociedade quanto à credibilidade dos institutos que as realizam. Várias anedotas forma criadas sobre o significado de margem de erro e basicamente envolviam permitir que tudo fizesse parte da margem de erro. Isso certamente não foi bom para os institutos de pesquisa e certamente respingou também na credibilidade das técnicas estatísticas, ainda alvos de eterna desconfiança por parte da sociedade.  

Assim, havia uma grande expectativa pela comprovação da adequação das informações fornecidas pelos institutos às vésperas das eleições com o resultado efetivamente obtido nas urnas. O que se viu desta vez foi um desempenho bastante melhor dos principais institutos. Os resultados obtidos nas urnas cabiam folgadamente dentro das margens de erro e mesmo as estimativas ficaram bem próximas das proporções reais. Assim, puderam todos respirar aliviados e parte da credibilidade foi devolvida aos institutos. 

Entretanto, vale dizer que o problema estudado no 2o turno era muito mais simples. O fato de existir apenas 2 candidatos não apenas simplifica as opções para o eleitor com aumenta muito mais o foco nos candidatos remanescentes. Com isso, o espaço para dúvidas foi drasticamente reduzido e foi muito mais fácil auferir a vontade do eleitorado. Vale notar também que parece ter havido um aumento nos tamanhos amostrais facilitando a tarefa.

Os institutos de pesquisa acabaram tendo um final feliz mas é evidente que sequelas foram deixadas. Os motivos associados aos erros grosseiros que foram cometidos precisam ser minuciosamente investigados. Hipóteses foram levantados na mídia e nos meios acadêmicos e algumas delas foram discutidas aqui. Continuo achando que a implementação do plano amostral continua sendo a principal suspeita e que muito mais cuidado terá que ser tomado em treinamento dos entrevistadores para as próximas pesquisas de opinião em cenários complexos, como o do primeiro turno. 

Acho positivo que os institutos tenham tido um bom desempenho pois eles fornecem informação relevante e é importante que essa informação esteja o mais correta possível. Trata-se de um bem precioso que a a sociedade não pode prescindir. 

Resta-nos desejar boa sorte a esses institutos de pesquisa e, last but not least, à nossa atual e futura presidente Dilma. Acho que irão precisar. Sucesso a eles!

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