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Continuo acreditando firmemente que se trata de um equívoco involuntário, associado ao desconhecimento da relevância da Estatística para inúmeras áreas do conhecimento humano. Ninguém se engana sobre médicos falando de problemas de saúde, de engenheiros falando de construções ou de advogados falando de questões legais. Entretanto, a repetição da menção a esse equívoco involuntário me fez refletir sobre o assunto. Várias questões intestinas de toda ordem acabaram sendo trazidas à superfície.
Primeiro, foram levantadas suspeitas de que o equívoco poderia ter sido proposital. Eu até acharia que seria um bom sinal se isso fosse verdade pois isso significaria que a Estatística era importante o suficiente para que algum meio de comunicação se preocupasse em denegri-la. Mas mesmo que fosse, o que seria um sinal de vitalidade e relevância da área perante a sociedade, não acredito que o JN se prestaria a esse papel. De qualqer forma, acho que a Estatística ainda está longe dessa envergadura na sociedade brasileira.
Depois, existem sempre as preocupações associadas ao complexo de inferioridade que a Estatística tem perante sua sua prima mais famosa, a Matemática. E o equívoco foi justamente nessa direção, reforçando esse calcanhar de Aquiles. A linguagem primordial da Estatística é a Matemática. É através dela que a Estatística formula e processa seus métodos. Mas a Estatística tem uma matéria prima muito bem definida que a difere de forma substancial da Matemática: os dados ou informação a ser processada.
Assim, a dicotomia às vezes pende para um lado, às vezes pende para o outro. Eu pessoalmente acompanho esse movimento pendular: por vezes achando que a Estatística é totalmente distinta da Matemática e outras vezes achando que são indissociáveis. O resumo dessa conversa é que provavelmente a avaliação mais adequada se situaria no meio dessas 2 visões extremas.
Pelo sim ou pelo não, o Jornal Nacional registrou minha reclamação e promoveu a retificação da minha afiliação e da minha qualificação profissional no site da notícia. Ainda assim permaneceu um equívoco, agora de outra natureza. Eu informei ser professor de Estatística e eles, provavelmente num esforço de sumarização, registraram estatístico. A diferença entre o que pedi e o que colocaram, embora irrelevante para muitos, não é desprezível. Mas isso é tema para outra postagem.
Assim, a dicotomia às vezes pende para um lado, às vezes pende para o outro. Eu pessoalmente acompanho esse movimento pendular: por vezes achando que a Estatística é totalmente distinta da Matemática e outras vezes achando que são indissociáveis. O resumo dessa conversa é que provavelmente a avaliação mais adequada se situaria no meio dessas 2 visões extremas.
Pelo sim ou pelo não, o Jornal Nacional registrou minha reclamação e promoveu a retificação da minha afiliação e da minha qualificação profissional no site da notícia. Ainda assim permaneceu um equívoco, agora de outra natureza. Eu informei ser professor de Estatística e eles, provavelmente num esforço de sumarização, registraram estatístico. A diferença entre o que pedi e o que colocaram, embora irrelevante para muitos, não é desprezível. Mas isso é tema para outra postagem.
Ao ver a reportagem semana passada, me suscitou o mesmo questionamento, que inclusive cogitei em trazer para discussão.
ResponderExcluirEu como um imigrante da Matemática, seria muito suspeito para dar uma posição. Mas mesmo assim acho que vale a deixa.
Vejo que a Estatística esteve entre os meandros da Matemática por muito tempo, porém começou a ter uma autonomia não faz muito tempo. Mas acredito que um dia a Estatística ganhará corpo e poderá se desvincular da Matemática, não no sentido lato.
Sabe que as vezes ainda confundem também Biomedicina com Medicina???
ResponderExcluirCoisas das ciências ou dos jornalistas??? Não acho que seja má fé, só metodologia de trabalho, mas de instinto do que de pesquisa
Se olharmos a origem dos maiores estatísticos que criaram as bases fundamentais da estatística como Gauss e Jeffreys oriundos da Fisica, Fisher da Genetica, Karl Pearson da Heugenia , Box da Engenharia, Kendall da Economia, , Yule e Yates da Agricultura etc etc vemos que foi apenas um vicio os departamentos terem se originado em departamentos de Matemática.
ResponderExcluirPara mim os anos 1960 ate os inicio dos anos 1980 a estatistica nao teve tantos avanços pois era dominada pelos departamentos de Matemática. Mais recentemente a Estatística esta voltando a mao de seus verdadeiros donos os Cientistas ,
É claro que quanto mais matemática o estatístico sabe , mais ele será competente , mas desde que saiba que o objetivo final é a aplicação científica.
Por isso diferencio um matemático de um estatístico com o comentário do famosos estatístico Geoffrey Watson sobre o que é uma variável aleatória(v.a.):
Para um matemático v.a..e apenas uma função mensuravel , Já um estatistico pensa
i) v.a. é a alma de uma observação
ii) a observação é o nascimento de uma v.a.
Alem disso a vantagem de ser estatístico segundo John Tukey e que podemos brincar no quintal de todo mundo. ,