terça-feira, 11 de novembro de 2014

Como divulgar a Estatística?

g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/11/

Todos que lidam com Estatística sabem das dificuldades de passar de forma precisa a informação sobre as técnicas e métodos dessa área. Esse blog é um esforço nessa direção de um profissional que passou boa parte de sua vida profissional se comunicando quase exclusivamente com as pessoas do meio acadêmico. Tem sido um sofrimento para mim mas estou gostando do desafio...e que desafio!

Após 2 anos de blog (a se completar em 1 semana), achei que já estava pronto para a tarefa. Fui contactado pela equipe de reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, para falar pelo 3o ano consecutivo sobre a TRI aplicada no ENEM. Resolvi ser mais audacioso, traduzir em linguagem simples as equações que caracterizam a TRI e tentar explicá-las em palavras. 

Para isso, preparei o quadro branco em meu escritório de trabalho com as fórmulas e os gráficos necessários à compreensão dos procedimentos associados ao uso da TRI. Tudo apresentado de forma completa mas o mais simples possível. O receio e, porque não, a prevenção que são despertados no leigo quando ele/ela é confrontado com esse material chama a atenção e dá uma idéia da imensidão da tarefa à nossa frente. Pedi para que esse quadro explicativo fizesse parte da matéria exibida e fui atendido. A foto acima foi retirada da gravação que foi ao ar ontem à noite.

Vencido o susto inicial onde até símbolos corriqueiros podem amedrontar, é possível através dos gráficos obter algum avanço na comunicação e talvez a principal mensagem desta postagem seja essa. Apesar das fórmulas serem os elementos definidores de nossos procedimentos, o público em geral ainda não está preparado (ou matematicamente educado) o suficiente para encará-las. Resta-nos usar suas representações na forma gráfica, para poder passar a informação necessária. 

Claro que existe um certo desencanto nesse compromisso: sabemos que os gráficos não definem as fórmulas e portanto não representam de forma inequívoca nosso objeto de trabalho. Mas foi o que me ocorreu fazer. De qualquer forma, as fórmulas ficaram lá. No caso da reportagem de ontem, o Jornal optou para enfatizar a versão que a jornalista deu para a informação que passei a ela. Sinceramente não sei dizer se isso teve um efeito positivo ou negativo. Existe sempre um risco aqui: colocar as fórmulas pode afastar de vez quem ainda demonstra algum interesse em entendê-las mas talvez, explicitando-as sempre, o publico em geral acabe a elas se acostumando e se treinando a compreende-las. Pelo menos, essa é a minha esperança. A reportagem pareceu compartilhar dessa minha visão procurando enfatizar a fórmula mais importante e preservando o que ficou descrito no meu quadro. Já é um bom sinal, na direção certa!

A íntegra da matéria que foi ao ar desta vez está aqui.

2 comentários:

  1. A camiseta complementou muito bem!

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  2. Mesmo assim, esse detalhe foi ignorado e fui apresentado como matemático e creditado como membro do Depto de Matemática. Já pedi para corrigirem isso mas, como bem apontou minha amiga Doris, isso é mais um indicativo do tamanho da nossa tarefa.

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