terça-feira, 21 de abril de 2015

Banimento de testes de hipóteses - parte II

http://debunkingdenialism.com/

A postagem do dia 17 de março de 2015 expressou a minha opinião pessoal sobre a decisão de um periódico de Psicologia de banir o uso de testes de significância de seus artigos. Esse assunto causou grande comoção na comunidade estatística mundial. Naquela postagem, estabeleci alguns pontos de conexão dos meus argumentos com algumas posições que haviam sido esternadas por sociedades de Estatística e por pesquisadores do assunto. Outras fontes interessantes de opinião sobre o assunto podem ser encontradas no blog de onde a imagem acima foi extraída.

Agora, tive contato mais uma leva de opiniões que foram expressas por estatísticos Bayesianos através da edição de março de 2015 do boletim do sua sociedade. Como pode ser visto lá,  há uma razoável diversidade de opiniões especialmente no que se refere à alternativa que deve ser adotada. A mais impactante é a divisão entre o ponto de vista chamado subjetivista (onde o pesquisador deve exercer influência na análise através de suas distribuições a priori) e o ponto de vista chamado objetivo (onde o pesquisador não deve exercer influência na análise através de suas distribuições a priori).

Mas a maior parte das opiniões parece oferecer uma visão mais detalhada e melhor apresentada das opiniões que apresentei aqui. Embora eu estivesse convicto das opiniões que lá expressei, é sempre reconfortante saber que eu não estou sozinho na minha análise do problema levantado pela posição radical tomada pelo periódico. 

Alguns comentários irônicos (mais um reflexo do corporativismo que eu já havia detectado?) foram feitos por alguns poucos dos debatedores. Outros mais pessimistas temem pelo futuro da Estatística como um todo. A posição dos editores do periódico de Psicologia é compreensível e antecipo que esse movimento não ficará por ai. Compartilho a preocupação que alguns debatedores manifestaram com a falta de clareza sobre as alternativas que serão adotadas.

Não acredito que o futuro da Estatística corre perigo mas acho que precisamos estar mais próximos de nossos usuários. Aqueles que são pesquisadores sérios são dotados de bom senso e estão interessados no debate mesmo se sabendo pouco equipados para o detalhamento matemático que um aprofundamento da discussão exige. Eles percebem o mau cheiro quando alguma comida que não foi bem preparada lhes é apresentada. Acho que é um bom momento para que procedimentos cientificamente sólidos e também com um bom lastro histórico de utilização bem sucedida prosperem. 

Os próximo anos serão interessantes para ver o que irá acontecer. 

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