Guia Do Estudante

Todos os anos, a Editora Abril faz uma avaliação das universidades brasileiras, através do seu Guia do Estudante. Essa avaliação é relativamente abrangente, levando em conta um série de indicadores objetivos como qualificação do corpo docente, infraestrutura disponível, grade curricular, etc mas outra componente importante é a opinião da sociedade. Ela é expressa tanto por avaliações subjetivas feitas por indivíduos escolhidos da população quanto pelas informações que os coordenadores de curso fornecem.

Trata-se portanto de uma avaliação que não preenche todos os requisitos de qualificação mas onde se procura fazer uma retrato ainda que incompleto da realidade dos cursos de graduação do país. Essa avaliação ocupa o espaço  deixado pelos sistemas de avaliação das universidades brasileiras pelo governo federal. 

É bem verdade que o Ministério de Educação (MEC) tem envidado esforços nessa direção e chegou até a instituir uma avaliação das universidades que leva a um ranqueamento das instituições de ensino do país. Essa avaliação chegou a ser feita e divulgada no passado recente mas há algum tempo que não ouço falar a respeito. Vale mencionar que existe um outro sistema de avaliação continuada das universidades brasileiras em curso que vem sendo realizado pelo jornal Folha de São Paulo e atende pela sigla RUF (Ranking Universidades da Folha) e parece ter vindo para ficar. Esse ranking também pode ser aplicado por algumas áreas do conhecimento, mas não contempla a área de Estatística.

Há uma outra tentativa em curso através do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), feito pelo INEP, o órgão do MEC responsável por avaliações das mais diversas. O que o ENADE procura fazer é uma avaliação por cada curso de graduação através de uma prova de conhecimentos específicos dessa profissão, e não da estrutura das universidades de uma forma integrada. Infelizmente, a área de Estatística foi contemplada com apenas uma edição do ENADE, possivelmente pela escassa quantidade de graduandos na área. De qualquer forma, o ENADE tem sido um instrumento muito útil na avaliação feita pelo Guia do Estudante e ajudou a corrigir alguns desvios de rota, que eram notórios para os que atuam no meio.

Embora o foco dessa postagem não seja a pós-graduação, vale ressaltar que a situação lá é quase que diametralmente oposta. O órgão do MEC responsável pela pós-graduação é a CAPES e tem uma muito bem montada e respeitada estrutura de avaliação dos cursos de pós-graduação no país. Essa avaliações eram feitas a cada 3 anos e agora passarão a ser feitas a cada 4 anos. Os resultados da próxima avaliação serão relativos ao quadriênio 2013-2016 e devem ser divulgados em 2017.

Apesar de todos os senões, é sempre gratificante ser bem avaliado por um sistema, especialmente se o sistema está em vigor de forma continuada e tem alguma penetração na sociedade. Foi com essa satisfação que a UFRJ recebeu a notícia que todos os seus cursos de Ciências Exatas e Informática (incluindo a Estatística) receberam a pontuação máxima, o que rendeu a essa universidade o título de Melhor Universidade Pública do país nessa grande área do conhecimento. O Guia do Estudante postou um texto onde justifica essa escolha.  No caso específico da Estatística, o Guia destaca com nota máxima além da UFRJ outras 3 universidades do estado de São Paulo e 1 universidade do Nordeste.