https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/08/28/bolsonaro-e-defensor-das-mulheres-diz-testemunha-ao-stf.htm
Domingo passado (07/10/2018) foi realizado o 1o turno das eleições gerais para vários cargos eletivos no Brasil, a começar pelo cargo de presidente, para um novo mandato de 4 anos. Não há como não pontuar que o grande protagonista dessas eleições foi o candidato à presidência Jair Bolsonaro, representado na foto acima.
Personagem polêmica do cenário político dos últimos anos, Bolsonaro está em seu 7o mandato como deputado federal (totalizando 28 anos no mesmo cargo) embora seja entendido por muitos como novidade na cena política. Efetivamente, a novidade dele é o seu protagonismo, enfatizado pelas posições polêmicas que ele vem assumindo publicamente e que lhe renderam cerca de 50 milhões de votos e um lugar no 2o turno das eleições.
Toda eleição traz lições importantes para compreensão do fenômeno estudado e essa não foi diferente. Muito pelo contrário, essa eleição teve peculiaridades muito pouco vistas e que estão em grande parte associadas à personagem ilustrada acima. Outra característica desta eleição foi o pequeno espaço de tempo dedicado às campanhas eleitorais, de pouco mais de um mês. Acredito que esse curto período foi responsável por uma dinâmica muito amplificada.
Com isso, movimentos que eram esperados para uma janela medida em semanas foram percebidos em janelas medidas em dias. Isso é relevante para entender as magnitudes das mudanças que foram observadas especialmente nas intenções de votos nos dias que antecederam as eleições propriamente ditas. Já havíamos mencionado aqui a importância de entender os resultados das pesquisas eleitorais em um contexto sequenciado e não de forma estanque, com cada pesquisa eleitoral estudada separadamente.
Nesta eleição, pela compressão do tempo, o estudo sequenciado se tornou ainda mais necessário. Torna-se fundamental entender a tendência evidenciada pela progressão observada, sempre em contraponto com a ultima pesquisa realizada. Mas parece-me que anteontem não apenas houve uma progressão das intenções de votos mas houve também um importante processo de aceleração das tendências nos poucos dias próximos às eleições. E isso é muito mais difícil de ser capturado pelas análises estatísticas com tão poucos resultados de pesquisas no período.
Acredito que essas mudanças estiveram muito ligadas à associação ou não dos candidatos à personagem retratada acima. Casos emblemáticos foram retratados por candidatos a eleições majoritárias (governador e senador) nas unidades mais populosas da federação, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Candidatos que estavam longe da liderança nas intenções de votos experimentaram subidas significativas na reta final da disputa ao se associarem (ou serem associados) a Bolsonaro. Enquanto isso, outros candidatos com postura mais independente perderam nessa reta final as posições de liderança que vinham mantendo com estabilidade ao longo de toda a campanha eleitoral.
Eu estou longe de ser especialista em política. Mas parece-me que as caraterísticas acima descritas não foram frequentemente observadas nas últimas eleições nacionais. Isso ajuda a explicar a dificuldade que muitos tiveram de entender o processo em curso. Mesmo considerando a alta volatilidade do eleitorado brasileiro, desconfio que a volatilidade desta eleição ultrapassou os limites usualmente observados por aqui.
As teses levantados nos parágrafos anteriores merecem estudos mais aprofundados. Esses estudos poderiam reforçar a necessidade de incorporar técnicas de séries temporais para permitir a incorporação da evolução das intenções de votos de forma mais rotineiras nas análises eleitorais. Isso já é feito em vários países e chama a atenção que ainda não sejam rotina no Brasil. Talvez a alta volatilidade aludida acima seja uma fonte de desânimo mas não deveria ser um impeditivo.
Personagem polêmica do cenário político dos últimos anos, Bolsonaro está em seu 7o mandato como deputado federal (totalizando 28 anos no mesmo cargo) embora seja entendido por muitos como novidade na cena política. Efetivamente, a novidade dele é o seu protagonismo, enfatizado pelas posições polêmicas que ele vem assumindo publicamente e que lhe renderam cerca de 50 milhões de votos e um lugar no 2o turno das eleições.
Toda eleição traz lições importantes para compreensão do fenômeno estudado e essa não foi diferente. Muito pelo contrário, essa eleição teve peculiaridades muito pouco vistas e que estão em grande parte associadas à personagem ilustrada acima. Outra característica desta eleição foi o pequeno espaço de tempo dedicado às campanhas eleitorais, de pouco mais de um mês. Acredito que esse curto período foi responsável por uma dinâmica muito amplificada.
Com isso, movimentos que eram esperados para uma janela medida em semanas foram percebidos em janelas medidas em dias. Isso é relevante para entender as magnitudes das mudanças que foram observadas especialmente nas intenções de votos nos dias que antecederam as eleições propriamente ditas. Já havíamos mencionado aqui a importância de entender os resultados das pesquisas eleitorais em um contexto sequenciado e não de forma estanque, com cada pesquisa eleitoral estudada separadamente.
Nesta eleição, pela compressão do tempo, o estudo sequenciado se tornou ainda mais necessário. Torna-se fundamental entender a tendência evidenciada pela progressão observada, sempre em contraponto com a ultima pesquisa realizada. Mas parece-me que anteontem não apenas houve uma progressão das intenções de votos mas houve também um importante processo de aceleração das tendências nos poucos dias próximos às eleições. E isso é muito mais difícil de ser capturado pelas análises estatísticas com tão poucos resultados de pesquisas no período.
Acredito que essas mudanças estiveram muito ligadas à associação ou não dos candidatos à personagem retratada acima. Casos emblemáticos foram retratados por candidatos a eleições majoritárias (governador e senador) nas unidades mais populosas da federação, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Candidatos que estavam longe da liderança nas intenções de votos experimentaram subidas significativas na reta final da disputa ao se associarem (ou serem associados) a Bolsonaro. Enquanto isso, outros candidatos com postura mais independente perderam nessa reta final as posições de liderança que vinham mantendo com estabilidade ao longo de toda a campanha eleitoral.
Eu estou longe de ser especialista em política. Mas parece-me que as caraterísticas acima descritas não foram frequentemente observadas nas últimas eleições nacionais. Isso ajuda a explicar a dificuldade que muitos tiveram de entender o processo em curso. Mesmo considerando a alta volatilidade do eleitorado brasileiro, desconfio que a volatilidade desta eleição ultrapassou os limites usualmente observados por aqui.
As teses levantados nos parágrafos anteriores merecem estudos mais aprofundados. Esses estudos poderiam reforçar a necessidade de incorporar técnicas de séries temporais para permitir a incorporação da evolução das intenções de votos de forma mais rotineiras nas análises eleitorais. Isso já é feito em vários países e chama a atenção que ainda não sejam rotina no Brasil. Talvez a alta volatilidade aludida acima seja uma fonte de desânimo mas não deveria ser um impeditivo.
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