terça-feira, 29 de julho de 2014

SINAPE 2014 - parte II

www.youtube.com/watch?v=Bla5nYiswZ0 

Gostaria de retomar o ponto mencionada na postagem da semana passada, ainda sobre o SINAPE e os eventos científicos de Estatística no país. Falei na semana passada que o SINAPE tem se mantido como polo difusor de idéias sobre Estatística na Brasil. Depois de terminado o evento, alguns pontos me chamaram a atenção e acredito que mereceriam uma discussão maior.

Os pontos que mais chamaram a minha atenção são destacados a seguir e acredito que estejam relacionados. Como houve mais de 700 participantes e no máximo haviam 5 sessões em paralelo, seria de se esperar um publico médio de no mínimo 100 pessoas em cada sessão. O que se viu entretanto foi a baixa participação do público em várias sessões. Isso ocorreu em todo tipo de sessões ligadas ao extrato mais acadêmico do evento, que é uma das partes que mais me interessa. 

A sessão de concurso de trabalhos de iniciação científica, onde se garimpam os futuros pesquisadores promissores, não teve mais que algumas poucas dezenas de assistentes. O mesmo pode ser dito sobre a conferência de um dos mais brilhantes pesquisadores trazidos do exterior a custos não desprezíveis. Também me chamou a atenção a baixa presença (menos de 100 pessoas) na assembléia da Associação organizadora do evento e na sessão de encerramento, que envolvia a premiação de um pesquisador reconhecido no país. 

Nenhum desses eventos foi capaz de atrair um publico minimamente razoável. Parece que há um direcionamento muito específico nos interesses da comunidade, com pouca abertura (ou interesse) para se informar sobre algo diferente. Essa especificidade pode ser encontrada em todos os níveis desde pesquisadores experientes a alunos iniciando na atividade acadêmica.

Isso se refletiu também na participação dos pesquisadores do país. Minha impressão foi de uma participação muito baixa dos professores das mais importantes universidades do país. Muitas delas se fizeram representar no evento apenas através dos pesquisadores convidados para alguma atividade. Como não há espaço para todos os pesquisadores no programa do evento, houve muitas ausências. Isso ocasionou a falta de representatividade vista na assembléia do ABE. Outro reflexo foi o baixo interesse na eleição para cargos superiores dessa entidade. Apesar dos quase 700 afiliados poderem votar, a chapa unica para o próximo biênio e os três conselheiros eleitos tiveram entre 200 e 100 votos (este que vos fala ficou ficou com a 3a posição, com apenas 114 votos).

Não sei como reverter esse quadro, nem se essa reversão seria saudável. Lembro da minha postagem sobre o encontro similar da sociedade de Estatística americana, onde o foco não estava nas palestras e sim nos eventos informais paralelos. Mas havia uma infinidade de pesquisadores importantes presentes ao evento. Aqui, não existe nada similar a esses eventos paralelos, para atrair esses público. Como está, o evento é um grande encontro de estudantes de graduação e pós-graduação e está se tornando a cada edição menos um evento para profissionais se informarem das novidades da área. Esse ponto me preocupa e merece atenção.

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