terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Retrospectiva 2019

Fonte: arquivo pessoal

Depois de uma longa ausência, retomo as atividades aqui para fazer a já tradicional retrospectiva anual do StatPop. Entretanto, o apanhado deste ano será um pouco diferente dos anteriores. Ele terá um tom mais pessoal para tentar recuperar um pouco do que ocorreu ao longo deste ano.

Este foi um ano de mudanças importantes na minha vida profissional, que tiveram reflexos na minha vida pessoal. A principal mudança foi a minha aposentadoria da UFRJ, depois de 32 anos de trabalho ininterrupto. Essa não é uma marca que se obtém todo dia. Além disso, afora empregos temporários e de curta duração, esse foi meu único vinculo empregatício até então. Isso deixa muitas marcas em um profissional. 

Para começo de conversa, quero deixar clara minha imensa gratidão com essa instituição. Ela foi meu 2o lar por mais tempo de vida do que o tempo em que ela não foi meu 2o lar! Sou o que sou como profissional graças à UFRJ. Lá aprendi a ser professor, a dar aulas de pós-graduação, a orientar alunos de graduação e de pós-graduação, a construir uma bem-sucedida carreira de pesquisador e também a colaborar com a instituição exercendo atividades de administração acadêmica. Devo a ela o que possuo de bens materiais e, mais importante, imateriais. Sigo mantendo atividades na UFRJ, mas agora na qualidade de colaborador. Essa atividade é sem remuneração mas em compensação é sem pressão, sem reuniões e sem cargos! 

A foto acima ilustra a bonita homenagem de despedida que alguns colegas de trabalho me proporcionaram. O local não poderia ser mais apropriado: o hall de entrada do Laboratório de Sistemas Estocásticos (LSE). Considero esse laboratório como um dos meus maiores legados para a UFRJ, ao fornecer um ambiente voltado para pesquisadores com interesse em Estatística trabalharem e trocarem idéias. O evento foi de forte carga emotiva para mim pelas várias mensagens recebidas. Fiquei particularmente emocionado com a visita e os agradecimentos de alunos da última turma de graduação que dei aulas, no 1o semestre deste ano.

Por outro lado, aproveitei a oportunidade que a vida me proporcionou para experimentar trabalho acadêmico em outra instituição. Tive a sorte de ter sido aceito como professor visitante de uma outra instituição de ponta no cenário nacional, a UFMG. A proposta me foi bastante atraente não só pela chance de um recomeço mas pela vinculação ao Programa de Pós-Graduação em Estatística, pelo qual sempre tive uma grande admiração. Lá posso continuar a fazer o que continuo gostando (dar aulas e fazer trabalho de investigação científica) sem ter os aborrecimentos inerentes aos compromissos administrativos.

Essa mudança profissional teve importantes reflexos na minha vida pessoal. Para começar, me fez mudar de cidade e estado de residência. Além disso, me obrigou a conhecer novas realidades. Por mais que o país seja o mesmo, há sempre peculiaridades pessoais e profissionais que, quando melhor compreendidas, facilitam a adaptação nesses dois níveis. Esse processo levou mais tempo que eu tinha antecipado. Isso tomou um pouco mais de minha energia e do meu foco do que eu tinha imaginado, ajudando a explicar um pouco o meu afastamento desse convívio do StatPop, que tanto me agrada.

O que 2020 nos trará ainda é uma incógnita. Sabemos da importância dos novos desafios (Ciência dos Dados e interação com outras áreas da Ciência entre eles) e devemos encará-los de frente. Felizmente, trabalho não nos faltará!

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