www.theguardian.com
O crescimento da Estatística ao longo do século passado sempre foi acompanhado de críticas por parte da sociedade. É célebre a anedota do indivíduo que tem a cabeça no congelador e os pés no forno e que portanto tem a temperatura média normal, segundo a Estatística. Esse ponto foi tratado aqui em postagem recente. Ela é a materialização da expressão "mentiras, mentiras malditas e Estatística" atribuída a Benjamim Disraeli, importante político britânico do século XIX.
Apesar de toda essa carga negativa, a Estatística cresceu e floresceu. Ela cresceu pois se mostrou imprescindível para correta caracterização de fenômenos e estudos científicos. Nesse crescimento, ela acabou se tornando um padrão para caracterização de aspectos quantificáveis de fenômenos e teve sua relevância muito pouco questionada, mesmo se indesejada. E isso aconteceu em todas as áreas do saber.
O que esse século parece estar apresentando em seu início são tentativas difusas de ressuscitar esse questionamento. Paralelamente, estamos vendo crescer com muita força uma onda de redescoberta da Estatística, onda essa ligada à disponibilização e consequentemente interesse em utilização de grandes massas de dados. Esse ponto suscita a criação de neologismos para assuntos antigos por conta de novas roupagens. Expressões como big data e data science estão na ordem do dia.
O que esse século parece estar apresentando em seu início são tentativas difusas de ressuscitar esse questionamento. Paralelamente, estamos vendo crescer com muita força uma onda de redescoberta da Estatística, onda essa ligada à disponibilização e consequentemente interesse em utilização de grandes massas de dados. Esse ponto suscita a criação de neologismos para assuntos antigos por conta de novas roupagens. Expressões como big data e data science estão na ordem do dia.
Uma possível conexão está no fato de estarmos nessa era de big data passando a lidar e conviver com massas de dados que são expressivamente maiores em ordens de magnitude que as massas de dados com as quais a humanidade estava acostumada. Esse novo mundo altamente informatizado talvez esteja fazendo ressurgir velhos ceticismos.
Não está claro para mim qual a relação de causalidade entre a definição de uma nova roupagem para a Estatística (ou mais geralmente análise de dados) e o surgimento de uma nova onde de críticas. Esse assunto está na ordem do dia, a ponto de merecer veiculação com destaque em jornais de grande circulação. O artigo citado vincula fortemente o ceticismo com relação à Estatística em assuntos de ordem política.
Esse desprezo pela evidência trazida pelos dados talvez tenha atingido seu ápice com Donald Trump recentemente. Logo após a sua posse, ele contestou as afirmações que atestavam que o publico presente na festa publica de sua posse foi substancialmente menor que o publico presente na posse de seu antecessor, Barack Obama. Fotos dessas posses fornecem claras evidências de diferenças gritantes entre os dois públicos. O assunto acabou sendo tratado com humor pois sua argumentação não tem muita sustentação na realidade. [Uma descrição de como essas contagens são feitas foi postada aqui.]
Resta saber se raciocínios como esse sem embasamento crível na realidade encontrarão eco em outras instâncias. Acredito que não mas é bom estarmos atentos, em prol da verdade.
O artigo citado não tem nada a ver com estatística, tem a ver com a descrença do público com os "experts" de esquerda que tentam impor sua agenda política disfarçada de ciência ou fatos, somente isso.
ResponderExcluir